terça-feira, 16 de novembro de 2010

Texto de Fabiana Cristine

VALE A PENA A LEITURA!!




Ela começa o texto assim :sugiro um café para acompanhar a leitura deste texto,rsrsrsrs. Mas, por favor, leia! É de extrema importância que pessoas esclarecidas e engajadas tenham conhecimento do que acontece com nosso meio ambiente. Tem como missão difundir e somar a importância do meio ambiente, tem missão melhor??

Estamos correndo contra o tempo, pois quando uma lei de supressão é aprovada no Estado, imediatamente as máquinas entram e começam a devastação, principalmente do mangue. Infelizmente, nossos políticos optaram pelo caminho mais rápido e mais barato para a expansão do Porto de Suape, que é o aterro do mangue em seu contorno. Há 35 anos atrás, qdo aconteceu o primeiro aterro para a implantação do Porto, os ambientalistas em pânico, alertaram para os impactos ambientais que seriam ocasionados por tal medida, mas já naquela época a histeria em torno do boom de Pernambuco tb achava tudo justificável , já que o mais importante era resgatar a posição econômica perdida.
Vimos que durante estes 35 anos da implantação do Porto, que divisas entraram no estado, claro, mas as ameaças que nosso litoral está sofrendo não está devidamente pesada nesta balança comercial. Depois das sucessivas supressões, temos as praias do Cabo, Jaboatão, Recife e Olinda totalmente suscetíveis com a erosão marinha. O mar está avançando pelo degelo e porque o ecossistema que daria este equílibrio está sendo eliminado, que é o mangue. Este é ,talvez, o mais perfeito ecossistema da natureza, pois proporciona equilíbrio climático já que absorve o co2 da atmosfera, contém o avanço do mar pois quebra a enrgia das marés e alimenta a vida marinha em pelo menos uma fase da vida dos seres. É muito benefício que o mangue nos proporciona e não podemos ficar alheios quando o que está em jogo é nossa qualidade de vida e a sustentabilidade do planeta!

Nós, ambientalistas de Pernambuco, nos juntamos apavorados para tentar evitar esta que seria a maior devastação de mague e vegetação nativa do Brasil. E que será a continuação da erosão marinha no nosso estado e o fim de nosso diminuto litoral. Fizemos o que pudemos, uma verdadeira vigília na Assembléia Legislativa, Palácio e tudo o mais... A imprensa sempre foi muito preconceituosa conosco porque esta supressão está atrelada a muito, muito dinheiro que alguns ganham na venda destas áreas para empresas se instalarem no Porto. E desde o início esta sempre foi nossa grande bandeira: que seja criada uma alternativa logística para a implantação das empresas! Se desde o início do complexo tivessem um crite´rio e responsabilidade para poupar a natureza, só com os estaleiros é que o primeiro hectare de mangue estaria sendo devastado. Isso porque 99% das empresas não precisam de terra molhada para se instalar, elas poderiam ficar na parte seca das terras do Porto, mas como teriam que transportar a produção por uns dois ou três quilômetros, encareceria um pouco o produto e o Estado não quer gastar para fazer esta via de escoamento da produção. Preferem que a natureza pague a conta e subsidie o transporte.
Sabemos que a luta é árdua, mas não desitimos porque nos angustia mais pensar em perder todo o nosso patrimônio natural e tornar a nossa vida insuportável climaticamente. O mangue tb é altamente rentável pq além de manter equilíbrio ambiental, ele dá empregos e alimentos.
Muitas famílias estão sendo expulsas dos 72 engenhos de Ipojuca para ceder suas terras par o Complexo. Não somos, absolutamente, contra o desenvolvimento, mas este modelo não é desenvolvimento , pois não se tem nem estudo de impacto ambiental, nem um projeto de adequação para estas milhares de pessoas que vão formar o bolsão de miséria no grande Recife. Estas famílias recebem uma idenização ínfima por suas terras fertéis e que alimentam a cidade , enquanto suape vende cada hectare entre 300 e 700,000,00 mil reias.
Temos que pensar que modelo de sociedade estamos permitindo que se crie, pois estamos trocando a economia da sustentabilidade pela macroeconomia, que não tem nenhum compromisso social , apenas a máxima exploração dos recursos e das pessoas.
Estamos precisando dar mais visibilidade ao movimento ambientalista no que diz respeito a esta causa ,especificamente. Estamos trabalhando um evento para chamar a atenção das pessoas para o que está acontecendo, pois como a mordaça da imprensa ainda não caiu, ficamos restritos aos meios mais "elitizados".
Tem muito mais detalhes que envolvem esta macroquestão, mas por hora basta pq ficaria muitíssimo cansativa a leitura,rs.
Tem um professor da Universidade Federal que nos ajuda na militância desta causa fazendo palestras e apresentando toda a riqueza do mangue como ecossistema e mostrando como já está agonizando na referida área e como sofreremos as consequências disso.
Outra palestra será organizada e vou entrar em contato com vc e outros que se dispuserem a ajudar dando mais voz ao movimento, para que ao se informar melhor sobre a questão , o problema, possa ser mais um divulgador e militante pela nossa exuberante natureza. E ressaltemos que ela é exuberante, mas já escassa.
É isso. Esta luta pelo nosso ambiente tem feito parte do noso dia a dia desde esta grande ameaça se agigantar. Espero realmente poder contar com seu apoio tb.
Um abração e muita luz!
Pernambuco Sustentável

Segue texto sobre algumas atuações do movimento ambientalista:

"A Assembleia Legislativa de Pernambuco reconhece, em seu boletim no Diário Oficial, a força da pressão popular.

Depois de denunciada, em abril, a tramitação de projeto de lei que autorizava o desmatamento de 1.076,49 hectares de floresta nativa em Suape (893 de mangue, 166 de restinga e 17 de mata atlântica), as organizações solicitaram audiência pública e o projeto, que seria aprovado como tantos outros de supressão de área de preservação permanente (APP), acabou sendo modificado pelo próprio governo do Estado, proponente da destruição.

Agora serão 691 hectares (43% menos): 508 de mangue, 17 de mata atlântica e 166 de restinga. “Diante das reivindicações populares, o governo do Estado decidiu reduzir para 508 hectares a área de mangue a ser retirada”, diz a matéria publicada dia 2 de julho no DO.

Valeu a pena? Pelo menos, a sociedade organizada conseguiu adiar o inevitável. O restante da vegetação nativa de Suape deve ser igualmente destruída, por falta de um zoneamento adequado. No lugar do mangue, que presta serviços ambientais como contenção de enchentes no litoral, prevenção da erosão costeira, manutenção da biodiversidade, sequestro de carbono da atmosfera e garantia da produtividade pesqueira, algumas empresas que não dependem diretamente dos canais, dizem os especialistas, poderiam ocupar canaviais que cercam Suape. Além de monoculturas, as plantações de cana consomem agrotóxicos que contaminam os rios e não prestam serviços ambientais."
Verônica Falcão é jornalista do JC






Fonte: Fabiana Cristine - Pernambuco Sustentável

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