segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

“Nós lucramos, mas salvamos” – Marketing Verde (Por Saulo Veríssimo)

Nossa que honra imensa em poder compartilhar com vocês um texto do Saulo Veríssimo. Pessoa extremamente competente, profissional e dedicado. Sinto-me feliz por ter aceito o meu convite.
Para os leitores: participem e aproveite de um texto muito gostoso de ser lido.



Saulo Veríssimo – Consultor em marketing e palestrante

Segundo a Associação Americana de Marketing, o conceito de marleting, revisto em 2008 traz uma definição de padrões antes restritos à entrega de soluções, atendimento de necessidades e obtenção de lucro para uma visão voltada para todos os envolvidos no processo produtivo, inclusive a sociedade.
A AMA define que marketing é a atividade, conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, distribuir e efetuar a troca de ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e a sociedade como um todo. (AMA - American Marketing Association - Definição 2008)
Seguindo este conceito, Philp Kotler, traz em seu estudo sobre marketing 3.0 o que ele chama de Marketing de Valores, conceito que vem crescendo nas organizações, que além de vender seus produtos, satisfazer e reter o cliente sua empresa também quer tornar o mundo melhor.
“Marketing Verde ou Ambiental consiste em todas as atividades desenvolvidas para gerar e facilitar quaisquer trocas com a intenção de satisfazer os desejos e necessidades dos consumidores, desde que a satisfação de tais desejos e necessidades ocorra com o mínimo de impacto negativo sobre o meio ambiente.” (POLONSKY)
O Marketing ecológico, enfim, pode trazer redução de custos para a empresa, na medida em que a poluição representa, dentre outras coisas, materiais mal-aproveitados devolvidos ao meio ambiente.
Na contramão da modernidade, empresas que antes não demonstravam cuidado com a sustentabilidade, meio ambiente, reciclagem, hoje compreendem que além de contribuir para um mundo melhor, ainda tiram proveito do retorno que o marketing verde pode lhes proporcionar.
Dessa forma, as empresas investem em ações voltadas à responsabilidade ambiental e apresentam isto como um diferencial competitivo junto a seus clientes. Vale salientar que a “moda” da consciência ambiental que virou uma febre mundial, foi encarada pelas empresas como uma grande oportunidade de novos negócios.
Sacolas retornáveis, camisetas feitas com garrafa pet, lojas de artesanato feito com material reciclado, incentivo aos colaboradores em trocar material reciclado por brindes e tantas campanhas do tipo “Repassamos parte do nosso faturamento para o reflorestamento” ou “Nosso papel é fruto de madeira reflorestada”, tais ações vão de encontro aos anseios de uma população cada vez mais comprometida em deixar um mundo melhor para seus filhos e netos, uma nova atitude que tem mudado a forma com que as empresas se apresentam para o mercado, hoje empresas são organizações comprometidas com um mundo melhor.
É fato que o objetivo central de toda organização é a lucratividade, porém o impacto causado pelo marketing verde na sociedade, a começar pelos membros das organizações, gera benefícios duradouros. Assim sendo, por que investir em produtos “descomprometidos” com a causa verde, se podemos gastar nosso dinheiro com empresas “ecologicamente corretas”?







Saulo Veríssimo

Fotos: google imagem

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Construção Sustentável



No que tange os problemas ambientais podemos citar vários, talvez os mais notáveis estejam a poluição crescente em todos os ambientes e escassez de recursos. Dentre os fatores que elevam o crescimento desses pontos críticos, está o modelo de desenvolvimento atual, que possui acelerado processo de produção, consumo e uma visão limitada dos impactos ambientais ocasionados pelas novas tecnologias.
Uma mudança de paradigma é pensada a partir do momento em que determinados atores começam a questionar os limites da racionalidade econômica. Este novo paradigma se baseou na construção de uma ética capaz de reorientar os valores e comportamentos para os objetivos de realização da sustentabilidade ecológica e da equidade social (LEFF, 1999, p. 112, 113).
Dentro desse contexto, destaca-se o mercado da construção civil, uma das atividades mais impactantes no meio ambiente, o maior consumidor de recursos naturais, com atividade significativamente poluidora. Segundo dados das Nações Unidas, setor responsável pelo uso de 50% de recursos extraídos da natureza, 1/3 do total de emissão de gases de efeito estufa, 25% da água, 40% da eletricidade, para PINTO (1999) a estimativa é que a quantidade de resíduos da construção e demolição seja entre 41% a 70% da massa e resíduos sólidos urbano.
A construção sustentável incorpora práticas e tecnologias dentro de um projeto de construção, de forma a reduzir ou eliminar impactos negativos no meio ambiente. Hoje, já há algumas certificações para a aplicação de adequadas regras e procedimentos, permitindo que esses projetos tornem realmente sustentáveis, como: LEED (Leadership in Environmental and Energy Design- EUA), a HQE (Haute Qualité Environnementale - França) e no Brasil podemos contar com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS).
Uma obra sustentável considera quem vai usar o ambiente, qual a sua vida útil e se após esse tempo ela servirá para outro propósito ou não. É fundamental conhecer os impactos gerados para essa obra, no que diz respeito ao uso racional dos recursos, uso de técnicas e materiais menos degradantes (incluindo o processo de fabricação desses materiais, transporte ou a substituição por alternativas menos poluentes) e com maior durabilidade; adequar às condições dos usuários e do ambiente local (na promoção do bem estar da comunidade local); Utilizar mão de obra local (responsabilidade social); além de contribuir com a consciência ambiental dos envolvidos diretamente com o empreendimento. Além disso, os aspectos naturais são de extrema importância para se projetar com estes fins. Se respeitadas, as condições geográficas, meteorológicas, topográficas, aliadas às questões sociais, econômicas e culturais do lugar é que definirão o quão sustentável a construção será.
Com isso, a utilização de ferramentas para se fazer o levantamento de “pontos falhos” em relação aos aspectos ambientais da produção e utilização de produtos e serviços tem sido cada vez mais comum. Métodos como: avaliação de impactos ambientais, análise de riscos, análise do ciclo de vida (ACV) têm sido aplicados com frequência para avaliação e comparação de produto dos mais diversos setores. Em comparação aos materiais da construção civil a aplicação da ACV é bastante viável (SILVA, 2001; LIPPIATTI,1998).




Dicas de Construção e Habitação Sustentável
Uso eficiente de energia
1. Especificação de equipamentos com menor consumo e melhor eficiência possível na utilização do gás natural para todos os fins;
2. Iluminação de baixo consumo energético nas áreas comuns de uso contínuo, e iluminação “incandescente” com acionadores por sensor de presença nas áreas de uso esporádico ou intermitente. Este princípio, com maior tolerância, também é válido para as unidades privadas;
3. Planejamento do consumo energético e utilização de equipamentos para gerar energia em períodos de pico;
4. Melhor aproveitamento possível da iluminação natural, levando-se em conta a necessidade do seu controle;
5. Melhor condição de conforto térmico evitando a incidência da radiação solar direta através da adoção de soluções arquitetônicas tipo brisessoleil, venezianas, telas termo-screen externas, prateleiras de luz, vidros especiais que dispensam o uso de brises etc.;
6. Implementação e otimização de ventilação natural;
7. Adoção preferencial de acabamentos claros nas áreas de grande incidência de luz solar ;
8. Tratamento das coberturas do edifício analisando a possibilidade de implementação de áreas verdes ou, caso esta solução não seja possível, utilizar pinturas reflexivas para diminuir a absorção de calor para o edifício;
9. Uso de soluções alternativas de produção de energia como a eólica ou a solar, de acordo com as condições locais. A indústria brasileira está se tornando cada vez mais forte na produção de equipamentos para estes fins, tornando viáveis estes projetos.

Uso eficiente de água
1. Captação, armazenamento e tratamento de águas pluviais para reutilização na irrigação, limpeza, refrigeração, sistema de combate a incêndio e demais usos permitidos para água não potável;
2. Utilização de bacias acopladas e válvulas especiais com o fluxo opcional por descarga, ou de sistemas a vácuo;
3. Reaproveitamento das águas de lavagem, com tratamento local, para utilização sanitária;
4. Utilização de torneiras com acionamento eletrônico ou temporizador por pressão em todas as aplicações passíveis.

Uso de materiais certificados e renováveis
1. Maximização na especificação de materiais sustentáveis objetivando o maior volume possível de utilização de materiais certificados, de manejo sustentável e recicláveis;
2. Planejamento para maior durabilidade possível nas especificações visando alta performance e evitando obsolescência prematura;
3. Utilização de materiais cujos processos de extração de matérias primas, beneficiamento, produção, armazenamento e transporte causem menor índice de danos ao meio ambiente e não estejam baseados em condições de trabalho indignas para os operários.








Nove princípios da Construção Sustentável
Segundo os sistemas de certificação que são referência na área de construção sustentável no mundo - BREEAM (Inglaterra), Green Star (Austrália), LEED (Estados Unidos) e HQE (França), existem nove princípios que norteiam as diretrizes de uma obra que se proponha a ser ambientalmente equilibrada. São eles¹:

1. Planejamento Sustentável da Obra
2. Aproveitamento passivo dos recursos
naturais
3. Eficiência energética
4. Gestão e economia da água
5. Gestão dos resíduos na edificação
6. Qualidade do ar e do ambiente interior
7. Conforto termo-acústico
8. Uso racional de materiais
9. Uso de produtos e tecnologias
ambientalmente amigáveis

¹Fonte: IDHEA - Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica

Fonte:
http://www.cte.com.br/site/artigos_ler.php?id_artigo=3541
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1877652-EI6586,00.html
http://ambiente.hsw.uol.com.br/construcoes-ecologicas1.htm
Jaqueline B. Ramos (Jornalista Ambiental) - Construção Sustentável: O desafio da eficiência ambiental, social e econômica.
PINTO, Tarcísio de P. diretor da I&T - Informações e Técnicas em Construção Civil, artigo
Reciclagem “Resultados da gestão diferenciada” Téchne, no 31, nov/dez 1997.
LEFF, Enrique. “Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável”. In: Verde
Cotidiano: o meio ambiente em discussão. REiGOTA, Marcos (org.) - Rio de Janeiro:
DP&A, 1999.
Lippiatt, B. Bees. Building for environmental and economic sustainability: technical manual andu ser guide, 1998.
SILVA, V.G. Avaliação do desempenho ambiental dos edifícios, 2001.
http://mercadobamboo.blogspot.com/2011/02/mba-em-construcao-sustentavel.html


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