Lá vai uma musiquinha...
Havia tanto pra lhe contar
a natureza
Mudava a forma, estado e o lugar
Era absurdo
Havia tanto pra lhe mostrar
Era tão belo
Mas olhe agora o estrago em que está
Tapetes fartos de folhas e flores
O chão do mundo se varre aqui
Essa ideia do natural ser sujo
do inorgânico não se faz
Destruição é reflexo do humano
se a ambição desumana o ser
Essa imagem infértil do deserto
Nunca pensei que chegasse aqui
Auto-destrutivos
Falsas vítimas nocivas?
Havia tanto pra aproveitar
Sem poderio
Tantas histórias, tantos sabores
capins dourados
Havia tanto pra respeitar
Era tão fino
Naqueles rios a gente se banhava
Desmatam tudo e reclamam do tempo
Que ironia, conflitante ser
Desequilíbrio que alimenta as pragas
Alterado grão, alterado pão
Sujamos rios, dependemos das águas
Tanto faz os meios violentos
Lixúria é ética do perverso vivo
morto por dinheiro
Cores, tantas cores
Tais belezas
Foram-se
Versos e estrelas
Tantas fadas que eu não vi
Falsos bens, progresso?
Com a mão, ingratidão
Deram o galinheiro
pra rapoza
vigiar
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